Venho hoje comentar um disco clássico, antigo e que faz parte da lista dos melhores discos brasileiros de todos os tempos. Cartola, 1976, é uma jóia rara, a ser ouvida e revisitada sempre que possível. Este disco é o segundo de Cartola e traz todo o lirismo do seu Angenor, com suas letras perfeitas aliada a uma enorme riqueza melódica e harmônica. Cartola é essencial, traz um samba novo e diferente, mas que ao mesmo tempo não perde o sabor tradicional. Tudo isto está traduzido neste disco, uma obra-prima do samba.
O disco é perfeito e essencial. Canções belíssimas, que viraram clássicas - como "O Mundo é um Moinho" e "As Rosas não Falam" - assim como outras tão ou mais belas (se é que isto é possível), que estão entre as minhas favoritas mas que muitos não conhecem. Dentre estas, "Cordas de Aço", "Minha" , "Sala de Recepção" (dedicada à Escola de Samba Mangueira, regravada recentemente pelo Chico Buarque) e "Peito Vazio". Tem ainda musica de Candeia, em "Preciso me Encontrar" (aquele samba que a Marisa Monte gravou no seu primeiro disco), que aqui conta com um fagote genial, assim como o belo samba "Senhora Tentação", de Silas de Oliveira. Faz ainda parte desse momento memorável de Cartola, o samba "Ensaboa", também regravado alguns anos depois pela Marisa Monte. É um disco de pura inspiração, um momento mágico. É um disco completo, inteiro, que se escuta sem saltar nenhuma música.
A perfeição do disco, além da genialidade de Cartola, está na riqueza dos músicos que o acompanham. Estamos falando de Dino "7 Cordas", Canhoto, Abel Ferreira, Altamiro Carrilho e de um jovem Guinga, que acompanha Cartola em "O Mundo é um Moinho." A ficha técnica está disponível aqui.
A canção "Peito Vazio" está na minha lista das preferidas. Você pode ver o próprio Cartola cantando-a aqui.
Se você vai comprar só um disco de samba, não tenha dúvida. Este é o disco.
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